quarta-feira, 15 de junho de 2011

Reforma Íntima



A Proposta Espírita de Felicidade
 
           A busca da felicidade desafia a criatura humana desde o início de sua vida na Terra e alcança os nossos dias com a grande questão de nossas existências: como ser feliz? 
            Apesar de todos os avanços tecnológicos, particularmente a partir da segunda metade do século 20, das descobertas espetaculares em diversos campos da Ciência, todo conhecimento gerado não preencheu o vazio existencial do Homem. 

             O que fizemos com a majestade da razão? A felicidade, o que é? Andamos de um lado para o outro e nos deparamos com os nossos desafios. Idealizamos situações em que dizemos que uma vez alcançadas seremos felizes. Acumulamos bens, constituímos famílias, conquistamos metas, e percebemos que à medida que logramos o que até então sonhamos, novos patamares surgem e passam a ser ideais, e assim por diante. 

             A mídia nos traça quadros ilusórios de felicidade, onde as pessoas são sempre jovens, bonitas, ricas e estão sempre se divertindo, num eterno domingo. Essas falsas imagens perturbam o ser, de forma a condicioná-la a uma busca incessante pela aparência, pelo ter, pela eterna juventude, enveredando por intervenções cirúrgicas que tentam mascarar os conflitos internos, quando na verdade a grande plástica a ser feita é a plástica da alma, a reforma íntima dos valores.

            O passo inicial dessa caminhada é perceber o equívoco da ilusão de que a felicidade seja um paraíso onde não se têm problemas, desafios, e que tudo será como um lago de águas tranquilas. Os Amigos Espirituais afirmam que a felicidade é uma conquista individual do Espírito e que todos estamos destinados a ser felizes, porém, é necessário empreender esforços na prática da Lei de Amor que tudo transforma.

          A proposta da Doutrina Espírita é de libertação dos grilhões da ignorância, através do estudo profundo dos seus postulados à luz da elevada moral do Evangelho do Cristo. O Espiritismo situa o Homem como construtor do próprio destino, sendo ele responsável pelo que fizer do que lhe é dado como oportunidade para o seu progresso espiritual. 

            Conquistar o que está fora é a medida da nossa insegurança e a busca dos verdadeiros valores, que a ferrugem e a traça não consomem, nem os ladrões minam e roubam, é o que nos garantirá a plenitude da felicidade imorredoura.  “Onde está o teu tesouro, aí também estará o teu coração”, nos asseverou Jesus.

 É urgente repensar os nossos conceitos de felicidade. A vida, ainda que permeada por lutas acerbas e dificuldades de ordem diversa, é benção, e assim deve ser considerada. Felicidade não é o ponto de chegada. Façamos dela o caminho.
Fernando de Sá Leitão       
Fonte: Centro Espirita Sementes de Amor

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